Exército investiga militares fazendo churrasco dentro do quartel com cerveja e música de funk "proibidão" no RJ • Reprodução |
Amauri Nolasco Sanches
Júnior
- Bacharelado em
Filosofia (ainda em estudo), Publicidade e TI (técnico de informática)
Paulo Figueredo >> “Quando foi que viramos essa piada
de mau gosto?”
Vamos falar de filosofia brasileira
para começar. Nossa cultura começa com a filosofia escolástica de São Tomás de Aquino que aqui trouxeram os jesuítas, por
trezentos anos tivemos uma construção cultural entre a viola (uma adaptação do alaúde)
cabocla, e o cristianismo como um modo de escolarização. Portugueses se casando
com indígenas (como Caramuru), negros (trazidos como escravos) tendo filhos com
indígenas etc., construindo uma cultura mestiça como os portugueses também são.
O ponto é: os americanos construíram sua cultura separando em guetos e algumas das
suas empresas, financiaram abertamente o nazismo na década de 30, fora que se
fortaleceu a eugenia (até hoje, se mexendo nas catacumbas da ciência).
Quero dizer que a América são para
os americanos e eles toleram os outros graças ao enriquecimento da sua América,
portanto, você como brasileiro não passa de um Latino-Americano. Só. Neto de um
General das Forças Armadas brasileiras que ele e seus “amiguinhos” militares,
acharam que as medidas do Jango (João Gulart), levados por uma elite rastaquera
(ignorantes até hoje), eram de um comunista sendo Jango sido do PTB (varguista),
cunhado de um trabalhista (Brizola). Deram o golpe militar em um macartismo bem
vagabundo (como o macartismo como um todo).
Voltamos a filosofia brasileira. Nossa
elite – antigamente, pobre não tinha escolarização se não fosse índio por causa
da catequese – foi de padres, só estudava com os jesuítas, de advogados, só estudava
na Europa. Ainda, quando essa mesma elite viajava para lá (de um modo brega e com
nenhuma erudição), eram vistos com desdém e chamados de incultos, caipiras. Ou seja,
temos uma elite inculta ignorante e canalhas (que financiam só globais, coisas
maliciosas e muita baixaria) e uma cultura pautada na vantagem e na mesquinhez.
Como poderemos ter uma ética voltada as verdadeiras virtudes?
Para Aristóteles – filosofo grego
que viveu trezentos anos antes de Cristo – a virtude (ou ETHOS) era o centro da
ética. O estagirita acreditava que uma vida virtuosa era essencial para alcançar
a Eudaimonia, que seria uma espécie de felicidade completa ou realização. Segundo
Aristóteles, as verdadeiras virtudes seriam hábitos que são adquiridos que são uma
espécie de equilíbrio entre os nossos desejos e as nossas ações, nos permitindo
viver com a razão. Agora, para aplicar isso na nossa realidade, se pode
incentivar a formação de hábitos virtuosos (não são moralismo barato que
brasileiro adora ficar demonstrando nas redes sociais e que existe desde muito
tempo), desde a infância, focando em uma educação ética e no desenvolvimento
pessoal continuo. Sempre incentivando praticas virtuosas como a justiça, como a
coragem e a temperança, tanto na esfera publica quanto da provada.
Mas, como estamos em um mundo pós-moderno
– mesmo que bolsonaristas olavistas não gostem – estamos entre a virtude
kantiana e o identitarismo pôs-estruturalista. Isso seria uma analise séria de
filosofias que rodeiam o mundo de hoje, não interessando o que eu acredito como
ideologia. Por isso, vamos colocar como algo do tipo a virtude kantiana como um
dever a ser cumprido e na moralidade racional, e o identitarismo pós-estruturalista
que desafia concepções sempre enfatizando as narrativas e experiencias
individuais, e também, as estruturas de poder que moldam essas identidades. Ou seja,
uma interpretação distorcida de Foucault que ao invés de libertar de
preconceito, gera outros preconceitos.
Então, estamos acabando com valores
(deixando-os vazios) em nome de um mundo ou nostálgico radical (reacionário),
ou idealizado radical (revolucionário). Ser um bolsonarista não é ser um conservador
e pode levar ao erro de confundir religiosidade e moralismo, e ser petista, não
é ser a favor da democracia e nem ser comunista. É tacanho e muito insensato,
achar que para sermos virtuosos temos que escolher um lado e não temos. Moralidade
é uma questão de ser educado, ser sensato e não achar que as pessoas são inimigas
por pensarem diferente. Política é uma questão de convencimento.
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