Muitas questões sobre a inclusão são discutidas
dentro da sociedade e até mesmo, existem pessoas contra inclusão de pessoas com
deficiência. Na plataforma de vídeo curtos Kwai, poderemos ver até mesmo
pessoas com medo de mandar suas crianças (filhos) na escola com medo de crianças
autistas. E as coisas não vão tão longe e são apenas no virtual, existem
pessoas que não respeitam vagas de estacionamento de pessoas com deficiência, eventos
como a bienal do livro esse ano, não se pensou no público com deficiência. Empresas
não contratam pessoas com deficiência (só leves e olhe lá). Então, fica a pergunta:
o Brasil como disse o ministro Alexandre de Moraes, é ou não uma terra sem ou
com leis?
Como vimos, o brasileiro, de um modo geral, tem um
vícios de generalizar as coisas. Se o conceito de ser cadeirante é não ficar em
pé, logo, todos os cadeirantes não ficam em pé. Meu exemplo mostra isso, pois,
segurando eu fico em pé. Minha noiva também entre outros. Porque, ao nascer, se
faltou oxigênio e o cérebro foi danificado na parte do equilíbrio. Um paraplégico
a danificação acomete dentro da coluna e por aí vai. Cada deficiência tem uma característica
e cada pessoa lida com ela da melhor forma para não atrapalhar a vida.
Por quê? Segundo a ativista dos direitos das
pessoas com deficiência e fraternista (membra da Fraternidade Cristã de
Deficientes no qual é um movimento mundial fundado na França e fiz parte), Maria
de Lourdes Guarda, dizia que ““nenhuma deficiência é impedimento para a vida”,
ou seja, a deficiência é uma condição e não um impedimento de viver. A história
de dona Lourdes é bem isso, porque desde nova teve uma complicação na coluna e
ficou o resto da vida deitada em uma cama e mesmo assim, ajudou a trazer o movimento
para o Estado de São Paulo e foi coordenadora dele viajando e indo nos eventos
em uma cama ou maca. A luta dela é a luta de a maioria das pessoas com deficiência
que não querem estar confinadas em instituições, confinadas em lugares sem convívio
social. As pessoas com deficiência tem consciência, sentimentos e o direito de
se associar dentro da sociedade como outras pessoas. A deficiência é uma condição
e não o que somos.
E ai entra a inclusão, pois, por muito tempo em reflexão
entendi o conceito dentro da ideia de inserir a pessoa com deficiência dentro
da sociedade. Como? Conscientizando a mãe que tem medo de mandar o filho na
escola por causa de crianças autistas, porque se você tratar bem eles, eles são
bem amigáveis (do jeitinho deles). Conscientizando as empresas a contratarem
profissionais com deficiência, pois, a deficiência não atrapalha o desenvolvimento
e nem a eficiência daquilo que se formaram. Conscientizar a sociedade que os
atletas das paraolimpíadas não são exemplos de superação, eles são o que quaisquer
pessoas sem deficiência, com dedicação e treinamento, pode ser.
Daí vem uma pergunta bastante dentro do que refletimos
aqui: o porquê medalhista sem deficiência ganharam menos medalhas do que medalhistas
com deficiência? Pode ser que essa pergunta seja incomoda para algumas pessoas,
mas ainda não vi ninguém da imprensa ou de outro meio, perguntar. Talvez,
porque eu sei e é meu lugar de fala, seja por causa da discriminação exagerada
de não deixarem termos oportunidades e por isso, temos muito mais dedicação e
capricho. Outro motivo, supostas apostas e dinheiro sendo jogado muito mais ali
na Olimpíadas do que na Paraolimpíadas. A grande maioria nem assiste e nem
comenta, na verdade.
A questão da inclusão sempre foi obscura em nosso
país. Além disso, temos que parabenizar nossos paratletas.
Amauri
Nolasco Sanches Júnior – publicitário, TI, bacharel em filosofia e pessoa com deficiência
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