Por Amauri Nolasco Sanches Júnior
Uma pessoa da minha família escreveu no meu chat no
Instagram:
<<Foda-se. O cara tem que seguir as regras do Brasil pra ter empresa aqui. Ele não é dono do mundo pra achar que pode o que quiser. E outra a internet na Amazônia só favorece garimpo ilegal e grilagem... Índio não precisa de internet>>
Quando as democracias modernas surgiram – com a revolução
francesa com a queda das monarquias absolutistas. Que culminaram com a libertação
e democracia americana – eles deveriam ser um tipo de governo que seguiria para
o povo e o povo deveria ser soberano. Não é o que vimos em todas elas e não há nada
de diferente. Daí vamos alargar ainda mais o pensamento: o capitalismo nos deu
uma obrigação de ser alguma coisa por ser, o estudo passou mais como uma técnica
do que o conhecimento por ter, ou seja, criamos uma cultura patrimonialista. Tudo
gira daquilo que você tem, e não aquilo que você é. Depois, seu antagônico ideológico,
o comunismo (alguns chamam de comunalismo) tende a imaginar uma sociedade igualitária
onde todo mundo seria igual com iguais oportunidades. Dai vamos além.
A meu ver, como todos os tipos de anarquismos, o
comunismo deveria ser uma ferramenta de indagação ideológica. Não deveria – e isso
fica muito claro com as ideologias que surgiram após a URSS nascer – uma coisa
para se implantar, pois, ninguém vai ser igualado com uma doutrina. Isso veio
do lado positivista do marxismo. O que se deveria ter em mente, que quanto mais
o ESTADO toma conta do cidadão, mais controle sobre ele será tido e mais vai engolir
os “direitos”. E mais, qualquer jurista pode responder que, judicialmente, se
uma pessoa se sentir ofendida com uma fala de alguém, pode entrar com uma ação contra
essa pessoa. Por isso, nós libertários (no ideal) e liberais progressistas (na
realidade), somos a favor de um ESTADO mínimo que garanta direitos e não gerir
e nem se meter na vida das pessoas como se elas não pudessem fazer escolhas.
Dito isso, vamos a questão do empresário americano,
Elon Musk, pois, segundo meu familiar <<não é dono do mundo pra achar que
pode o que quiser>>. Ora, ninguém pode o que ele quiser. Eu não posso ir em
uma bienal do livro porque o estacionamento é R$ 70 reais e o serviço ATENDE (vans
de porta em porta que é vinculada a prefeitura de São Paulo) não pode arcar com
o custo e fica muito para mim e para o motorista (já que eu estava quase monetizando
o X e o Alexandre de Morais bloqueou a rede). Algumas pessoas não podem acessar
o x porque nossa justiça é tão incompetente que não consegue prender meia dúzia
de “golpistas” que fugiram para o EUA, não podem trabalhar porque as empresas
ainda ligam para deficiências, cabelos coloridos, piercing etc. Eu acredito que
o Musk tem plena consciência disso. O que nós brasileiro sabemos, que o que ele
fala nos diálogos internos, faz sentido e a antiga representante legal, teve
suas contas bloqueadas.
A questão não é defender o Musk como pessoa ou
como empresário, é sermos justos. Por causa de alguns perfis que violam a lei,
outros devem ser bloqueados? Por causa de indagações políticas, as contas de
milhares de pessoas tem que ser bloqueadas? Se, realmente, o Brasil fosse terra
com leis, todas as coisas teriam solução e até mesmo, garimpeiros ilegais teriam
sido presos. Cortar a internet não vão fazê-los saírem de lá, só agravara a
internet nessas regiões e as pessoas vão ficar sem internet. Escolas vão ficar
sem internet. Pessoas não vão poder escolher ter uma internet da Stanlink, porque
o ministro acha que uma empresa paga a conta da outra. O garimpo usa muitas
outras ferramentas e vão ter que fechar muitas empresas.
Isso é uma democracia mesmo?
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