Amauri Nolasco Sanches Júnior
– bacharel em filosofia, publicitário e TI
O professor João Eigen escreveu isso no X:
“E agora? Será que podemos esperar um êxodo de americanos fugindo do totalitarismo nazi-trumpista-X que aniquilará as minorias sociais em campos de concentração conservadores cristãos financiados pelo Elon Musk? Será que milhões de americanos fugirão dessa distopia para vir morar aqui no Brasil do governo do amor de Luis Inácio?”
Sendo bastante sincero, isso tem a ver com o que na
filosofia ficou conhecido como indução. As pessoas querem ver sempre algum sinal
para terem certezas das suas próprias crenças, porque não leram o suficiente
para entender certas nuances políticas. Como um rapaz viu uma suástica nazista
no Trump Tower (onde Donald Trump é dono). Como que se confirmasse a crença do
rapaz que Trump é nazista e tomara em assalto o governo dos EUA e assim, as
minorias e a agenda climática fosse destruída. Ora, a esquerda democrata não entregou
nada disso e perdeu por causa da agenda woke – se a esquerda brasileira não acordar,
vai ter o mesmo destino – e mais, analises politicas mais céticas, isso vai
piorar se essas agendar forçarem a “mão”.
Hume – filosofo do século dezessete – dizia que podemos justificar
a indução (a ideia de que o futuro será semelhante ao passado) com base em
nossas experiencias passadas. Ora, ele argumenta que não há nenhuma
justificativa logica solida para sequer supor que as regularidades observadas
no passado continuariam no futuro. Ou seja, se o usuário do Reddit acredita que
Trump é um nazista, verá sinais que, muitas vezes, não existem e assim, as
pessoas sempre vão buscar uma confirmação daquilo que acreditam. Fenômeno indutivo
dentro da filosofia. Pois, a indução (indo bem mais longe que Hume) é um
processo que pode construir certas generalizações a partir das observações especificas,
e muitas delas, as pessoas procuram evidencias que confirmem suas
crenças-existentes. Ou melhor, um viés conhecido como “viés de confirmação”.
Colocando em um viés político, isso acaba levando uma interpretação
e reações que exageram em certos eventos ou símbolos, levando o rapaz ver a suástica
no Trump Tower ou chamar Trump (que é ultranacionalista) de nazifascista. Ou outras
figuras da direita radical, como Bolsonaro e Bukele, e liberais/libertários como
Milei. Porque esse tipo de interpretação pode reforçar crenças já estabelecidas,
independentemente de uma análise mais profunda ou de um entendimento completo
das nuances políticas. Por isso mesmo, Hume defendia o ceticismo. Por causa que
todo mundo, de um modo ou de outro, induz as suas crenças dentro da realidade.
E nem é uma defesa – como libertário minarquista, defendo um
ESTADO menor possível até o povo ter consciência e não precisar mais dele –
apenas temos que analisar mais profundamente. O Donald Trump é um americano médio
que é um burocrata milionário que adora pensar em dinheiro e vê os EUA ainda
como se via até os anos 80 (quando ainda corríamos o risco de uma guerra nuclear
graças a guerra fria, com Ronan Reagan na presidência). A esquerda induz o
discurso dizendo que todo reacionário é nazifascista, que não é verdade. Somos reacionários
nostálgicos muitas vezes, dizendo “no meu tempo era melhor”, e nem por isso,
somos fascistas. O ceticismo na política, sempre será necessário para uma análise
mais racional.
E vamos ser sinceros, o fascismo e o nazismo e todas as
formas de coletivismo totalitário é, num modo geral, militarista e não é a
favor do capitalismo liberal, não é a favor do livre mercado e não é a favor dos
direitos individuais. Nunca iriam aceitar donos de empresas com seus
colaboradores milionários etc. Mesmo porque, o fascismo é uma forma de coletivismo
totalitário que surge na Itália com Mussolini
nos anos 20 do século vinte. Se caracteriza como um nacionalismo extremo,
controle centralizado do governo (que não acontece nos EUA), e ênfase na
lealdade do ESTADO. O fascismo é fortemente militarista e anti-democratico,
sempre suprimindo liberdades individuais e o pluralismo politico. E o mais
importante (acho que a Marcia Tiburi faltou nessa aula): a economia fascista é
controlada pelo ESTADO – não existe liberalismo fascista – com propriedade
privada permitida, porem, obedecendo os interesses do governo (acho que vimos
isso em algum ligar no mundo).
Nazismo, ou Nacional-Socialismo, é uma variante do fascismo
que se desenvolveu na Alemanha sob Adolf Hitler. Embora compartilhe muitas
características com o fascismo, como o militarismo e o controle estatal, o
nazismo é marcado por uma ideologia racista extrema, promovendo a supremacia
ariana e a perseguição sistemática de grupos considerados
"inferiores", como judeus, ciganos e outros. A economia nazista
também era fortemente controlada pelo Estado, com grandes projetos de obras
públicas e uma ênfase na autossuficiência nacional.
O ESTADO, de qualquer forma, nos torna escravos, mas, não existem outras formas de nazismo ou fascismo. Se
há um discurso extremado – como reconheço que há sim – isso tem a ver a
esquerda se tornou governo, não entregou nada que prometeu, nem mesmo, na pauta
climática. E ainda abraçou a pauta woke, chata e não acabou com o preconceito.